29 de novembro de 2013

True Love - 2° Capítulo


Passamos o resto do dia debaixo da coberta comendo porcarias e fazendo gracinhas. Meus pais chegaram do trabalho e Zayn foi embora. Jantamos e fui tomar um banho bem quentinho. Coloquei uma regata, escovei os dentes e me deitei.
No outro dia.
Acordei com uma cólica, que só Deus.
Levantei da cama, coloquei uma roupa confortável e desci pra comer alguma coisa. Encontrei um bilhete na geladeira dizendo que meus pais viajaram e só voltam daqui a duas semanas, que ótimo, nunca fico com eles mesmo.
Meu celular apitou, mensagem.

"Já acordou, pequena? -Zayn"

"Já sim. xoCat"

"Vem aqui pra casa. -Zayn"

"Tô indo. xoCat"

Tranquei a casa e fui pra dele. Toquei a campainha e a tia Tricia atendeu com seu avental e secando as mãos.

Tricia: Oi querida -me abraçou. Entre, o Zayn está lá no quarto, pode subir.
--Oi tia. Obrigada. -sorri e subi.
Zayn: Oi pequena. -se levantou e veio na minha direção, nos abraçamos.
--Oi grandão. -falei desanimada.
Zayn: O que foi? Aconteceu algo? -me soltou e me olhou.
--Cólica. -puis a mão aonde estava a dor.

Ele me abraçou e ficamos conversando até a tia chamar agente pra almoçar. Descemos e sentamos na mesa nos servindo.
Terminamos e me ofereci pra lavar a louça, mas Zayn não deixou dizendo que eu estava "doente".

--Zayn, desde quando cólica é doença? -gemi de dor. Deixa eu te ajudar tia. -peguei um pano.
Tricia: Pode deixar Cat, eu lavo. Deita que eu vou pegar um remédio pra você.
--Não -gemi de dor novamente. Eu tô bem. -me encurvei. É só uma dorzinha de nada.
Zayn: Larga de ser orgulhosa. Vamos.

Ele me ajudou a chegar no sofá e me deitou lá, pegou um cobertor e me cobriu. A tia trouxe um remédio juntamente com um copo de água. Tomei e me aconcheguei debaixo da coberta. Zayn se deitou no outro sofá e ligou a televisão. Estava passando Bob Esponja, meu desenho favorito.

--Z -ele me olhou. Me empresta uma blusa de frio sua?
Zayn: Ainda tá com frio?
--Não, eu tô morrendo de calor, não tá vendo? -rude.

Ele levantou as sobrancelhas.

--Oh, desculpa Zayn.
Zayn: Tudo bem -riu. TPM é foda. -rimos.

Ele subiu as escadas e voltou com uma blusa de frio vermelha com as mangas brancas. Tipica de colégio. Me entregou e a vesti, tem o cheirinho dele.

--Obrigada. -ele sorriu docemente e foi se deitar.

A dor foi passando aos poucos e direto Zayn perguntava se eu estava melhor.

--Precisa ficar preocupado não, já estou bem. -sorri.
Zayn: Mesmo assim. Melhorou?
--Aham, não precisa se preocupar.
Zayn: Mesmo?
--Mesmo, Zayn.

Já estava me irritando, mas ele estava preocupado, quando estamos preocupados ficamos assim.

--Acho que já vou indo, já está de noite e amanhã tem aula. -me levantei e estiquei a roupa meio amassada.
Zayn: Seus pais estão em casa?
--Não, viajaram e só voltam daqui a duas semanas.
Zayn: Não vou te deixar lá sozinha! Dorme aqui.
--Dou conta de me virar sozinha.
Zayn: Mãe, a Cat vai dormir aqui! -gritou e estreitei meus olhos.
Tricia: Tudo bem, querido. -respondeu da cozinha.
--Não vou dormir aqui.
Zayn: Porque?
--Porque não.
Zayn: Larga de ser teimosa!
--Eu dou conta de sobreviver lá sozinha, Zayn.
Zayn: Ok senhora independente, mas dorme aqui só hoje então.

Revirei os olhos.

Zayn: Isso é um sim?
--E eu consigo dizer não pra você, praga?
Zayn: Não -falou todo cheio de si.
--Porque eu te escolhi pra ser meu amigo mesmo? -puis minha mão na cabeça. Quanto sofrimento.
Zayn: Na verdade, fui eu que te escolhi pra ser minha amiga.
--Não foi, não.
Zayn: Foi sim.

Amo o primeiro dia de aula, principalmente quando se é em uma escola nova. Alunos novos, professores novos, aborrecimentos novos, brigas novas, xingamentos novos. Bom né? Não. Simplesmente, não. Odeio tudo isso.

--Tchau pai.

Saí de seu carro e fechei a porta. Fui andando em direção ao meu novo inferno.. ops, escola. Fui procurando a sala do diretor, e parece que aqueles corredores não tinham fim. Andei mais um pouco e avistei uma porta no final de um daqueles enormes corredores com uma plaquinha em cima, escrito "Diretor". Corri até a porta e dei duas batidas leves na porta que logo fui respondida com um "pode entrar". Abri-a devagar e vi um homem aparentemente com seus 35 anos, cabelos castanhos bem escuros, olhos negros e terno. Não vou dizer que é feio, mas é meu diretor, então.

--Com licença, Senhor -olhei para uma plaquinha em sua mesa, "Jonas Miller". Miller.
Sr. Miller: Você é a... -deu uma pausa esperando eu terminar a frase.
--Caterine Donovan.
Sr. Miller: Senhorita Donovan, seja bem-vinda, aqui estão seus horários e o número do seu armário. -me entregou alguns papéis. Sua sala é a 25, 2° ano B.
--Obrigada.
Sr. Miller: Já pode ir.

Assenti e saí de sua sala fechando a porta. Fui caminhando pelos corredores olhando, hora para o papel, hora para o número dos armários. Porque tudo aqui tem que ser confuso?

--Oi, tá perdida?

Era um menino de cabeços escuros, olhos castanhos, sorria com a língua entre os dentes e era um pouco alto, pelo menos pra mim.

--Oi.
--É novata?
--É o que tá parecendo né?
--Nossa, mau educada.
--Vai cuidar da sua vida, garoto.
--Eu só estou querendo ajudar!
--Ok, então me diz pra onde é que fica o armário 234. Vai me ajudar, muito.
--Vem. -bufou e eu o segui. É aqui.
--Obrigada.

O abri e já estavam todos os meus livros lá. Pelo menos não vou precisar ficar carregando esses livros pesados. Olhei as aulas que ia ter no horário e peguei os livros que ia precisar, guardei dentro da bolsa e o fechei.

--Tá fazendo o que aqui ainda?
--Vai precisar de ajuda pra achar a sala. E pelo que eu conheço esse pessoal, ninguém vai te ajudar em nada aqui.
--Ah.
--Qual sala?
-- 25, 2° ano B.
--É a minha. Vamos.

Ele abriu rapidamente seu armário, que por coincidência era do lado do meu, pegou sua mochila e fomos.

--Com licença, professora.
--Entrem. Aluna nova?

Assenti.

--Quer se apresentar?
--Não -sorri envergonhada.
--Tudo bem então. Sente-se porque a aula já começou.

Assenti e rolei meus olhos pela sala a procura de alguma mesa vazia. Aquele garoto estava sentado no fundo conversando com uma menina loira oxigenada. Ele deve ser bem popular aqui. Me sentei em uma carteira no centro da sala e prestei atenção na aula.
Os primeiros horários até que passaram rápidos. Me levantei e fui andando a procura da cantina. Hora do intervalo. Achei e adivinha como estava? Isso. Com seus "grupinhos" separados. Jogadores de basquete, líderes de torcida, nerds, excluídos, e os rockeiros. Não me encaixo em nenhum, ótimo, como sempre. 
Comprei meu lanche, que ia ser um sanduíche bem gorduroso acompanhado de uma lata de Coca-Cola. Fui comendo e andando pela escola. Tinha algumas pessoas sentadas em uma espece de gramado, sei lá. Avistei uma árvore bem grande e me sentei de baixo dela.
Fim de intervalo e voltei pra sala, tinha conseguido gravar mais ou menos o caminho.
As pessoas saíram correndo com suas mochilas em mãos e achei isso estranho. Nem tinha percebido que bateu o sinal de ir embora, estava totalmente distraída com meus fones de ouvido. Coloquei as coisas dentro da bolsa e olhei pro fundo, o menino que me ajudou ainda guardava suas coisas. Fui muito grossa com ele. Cheguei perto, devagar, e ele me olhou.

--O que quer?
--Desculpa.
--Desculpa?
--Fui muito grossa com você, estava tentando me ajudar, desculpa.
--Pelo menos reconhece.
--É.

Ficamos em silêncio.

--Tchau. -disse e saí rapidamente dali.

Passei pela porta e antes de entrar no meio da multidão que andava pelo corredor, ele gritou.

--Menina.

Me virei.

--Qual seu nome?
--Caterine, e o seu? -gritei de volta.
--Zayn.

Zayn: Viu? Eu falei com você primeiro. Então, tecnicamente, eu te escolhi pra ser minha amiga.

Bufei.

--Chato.
Zayn: Vai. Admite aí.
--Não vou admitir nada -cruzei os braços.
Zayn: Ah, vai.
--Não.
Zayn: Vai ou vou te fazer cocegas. -sorriso malvado.
--NÃO!
Zayn: Estou esperando. -cruzou os braços.

Revirei os olhos.

Zayn: Um... dois... t.. -o interrompi.
--Tá. Admito.

Ele deu um beijo na minha bochecha.

--Sái! Me ame menos. -o empurrei.
Zayn: Hm, convencida.
--Aprendi com você.
Zayn: Eu? -indignado.
--Sim, você. -rindo.

Ficamos discutindo durante um tempo, mas acabou por acabar em boas risadas.