5 de janeiro de 2014

True Love - 6° Capítulo


--Zayn?
Zayn: Vim ver como você está.
--Hm.. entra.

Dei passagem pra que entrasse e fechei a porta.

Zayn: Não deu tempo de conversar com você direito.
--Até porque, a Tifanny não deixou.
Zayn: É -coçou a nuca.
--Obrigada, por hoje.
Zayn: Ele te machucou?
--Não, ele só tentou me beijar.

Ele trincou os dentes.

--Tá tudo bem?
Zayn: Ele tentou fazer mais alguma coisa?
--Não, só isso.
Zayn: Menos mau, se não ia lá na casa dele agora e terminava o serviço que comecei. -parecia irritado.
--Já passou, Zayn.
Zayn: Se ele tentar mais alguma coisa, quero ser o primeiro a saber!

Assenti com a cabeça.
Ficamos em silêncio alguns minutos e ele me encarava, agora mais calmo. Me sentei no sofá e ele me acompanhou.

Zayn: Como agente fica? -encarando a televisão.
--Como assim? -o olhei.
Zayn: A nossa amizade.. como fica? -me olhou.

Fiquei alguns segundos em silêncio, mas logo o respondi.

--Eu não sei. -foi minha vez de encarar a TV.
Zayn: Agente sempre faz as pazes no máximo em 2 dias, mas dessa vez está sendo diferente. Porque? Se enjoou de mim?

O olhei incrédula.
Ele acha mesmo isso? Como alguém poderia se enjoar de sua companhia, de seus conselhos, de seu carinho? Nem uma pessoa com muitos problemas mentais.

--Você acha que eu enjoei de você?
Zayn: Não? Ou é por causa da Tifanny?
--Você ainda pergunta? Lógico que é por causa dela!
Zayn: Pensei que você já estivesse esquecido aquela briga! Você é muito orgulhosa.

Me levantei irritada.

--Sou mesmo. Mas a culpa não é minha se o meu "melhor amigo" me trocou por uma puta qualquer.
Zayn: Não fala assim dela. -ficou a minha frente.
--Ainda vai defender? Que belo amigo eu tinha.
Zayn: Tinha?
--Sim, tinha. Enquanto você estiver com ela, não sou sua amiga.
Zayn: Para com esse ciúmes idiota, Caterine.
--Não é ciúmes, Zayn.
Zayn: É sim.
--Não, não é. Eu só estou fazendo isso porque eu estou com saudades do meu melhor amigo.
Zayn: Você ainda o tem.
--Se eu o tenho, porque quando você está com ela, você se esquece de mim?
Zayn: Eu não te esqueço, só que ela é minha namorada, e tenho que dar atenção para ela também.
--Ótimo, então que dê só pra ela.
Zayn: Não precisa disso, você sabe.
--Você que escolhe. Ou a sua antiga melhor amiga, ou sua namoradinha cor-de-rosa.
Zayn: Cat..
--Caterine.

Ele me olhou assustado.

--Zayn, sai da minha casa.

Novamente ele me olhou com semblante assustado.

--Por favor.
Zayn: Eu tentei.

Ele saiu e bateu a porta com força. Passei as mãos pelos cabelos e voltei para meu quarto. Me deitei novamente e não consegui mais dormir, fiquei pensando o resto da tarde.

P.O.V Narradora

Depois daquela briga, um mês se passou. Ambos estavam morrendo de saudades um do outro, mas Caterine é muito orgulhosa para fazer as pazes. Ela o queria só para si, sem ter que o dividir com ninguém. Toda vez que o via pela janela de seu quarto, andando de mãos dadas com Tifanny, seu coração doía; apertava tanto que parecia estar sendo esmagado pela saudade, ciúmes. A uma semana, a menina caiu na tentação de se cortar, sim, se cortar. Quando estamos fora de si, não sabemos de nossos atos, que na maioria, são irresponsáveis. Ela já não sai mais de casa, só para ir a escola, pois todo lugar que vai, se lembra de Zayn. Das coisas que fizeram juntos, do jeito que a amizade deles parecia inseparável. Não tinha mais apetite, estava magra, e correndo risco de ficar com anorexia. Mas ela estava pouco ligando para isso.
Ele também estava sofrendo, do mesmo jeito que ela. Saia todas as tardes pois era obrigado por Tifanny, que queria fazer inveja em Caterine, mas não tinha nenhuma vontade. Não queria comer, mas Trisha não o deixava ficar sem lanchar de 3 em 3 horas, pois sabia que se deixasse, ele ficaria doente. Toda vez que a vê na escola, tenta falar com ela, mas ela foge, sempre. Isso acabava com ele, pois queria sua amizade de volta. Ele acha que gosta da Tifanny, mas no fundo só estava enganando a si mesmo. Ele era apaixonado, ainda é, por uma menina, aos olhos dele, perfeita. Um amor meio impossível, pois ela não o quer, ou ele acha que ela não o quer. Nunca se sabe.
Nenhuma das mães estava feliz com essa briga dos dois, e como as férias de verão estavam chegando, resolveram dar uma viajem para eles, só os dois, quem sabe assim fazem as pazes. Eles iriam para New York, passarem 1 mês lá. Iriam no mesmo avião, um do lado do outro, e ficariam no mesmo quarto de apartamento.
Elas deram a notícia ontem, e amanhã eles já viajam, mas não sabem que é juntos, esse é o problema. Será que vai dar certo?

P.O.V Caterine

Amy: Já arrumou sua mala? -falou entrando em meu quarto.
--Falta só algumas coisas que vou precisar para me arrumar amanhã.
Amy: Meu bebê vai viajar. -Se aproximou e me deu um abraço apertado.
--Não começa, mãe. -rimos e retribui o abraço.
Amy: 30 dias, filha. Muita coisa -falou já chorando.
--Ah, mãe. Não chora. -limpei suas lágrimas. Vou sentir sua falta. -nos abraçamos novamente.
Amy: Eu mais ainda.
--Mãe.. tá me esmagando. -rimos e ela me soltou.
Jeremy: Pronta para amanhã, querida?
--Pronta. -sorri e o abracei forte. Vou sentir saudades suas também, pai.
Jeremy: Eu também, filha. Muitas.
--Mas, porque vocês não vão comigo?
Jeremy: Achamos que você já tem idade suficiente para dar conta de se cuidar sozinha.
--E você aceitou isso numa boa, mãe? -eu e meu pai rimos.
Amy: É.. mais ou menos. -gargalhamos.

Fazia tempo que não ria com meus pais, eles só brigam.

--Vê se não briguem quando eu não estiver aqui, tá?
Amy e Jeremy: Pode deixar, querida. -sorriram.

Demos um abraço em grupo e fomos dormir, já era tarde e teríamos que acordar cedo.
Mau consegui dormir e o celular despertou. Levantei em um pulo e tomei meu banho. Peguei a roupa que deixei separada ontem e me vesti rapidamente.


Pesquisei um pouco sobre lá, e são quase 7 horas de viagem, teria que estar confortável, por isso optei por uma roupa simples e tênis, melhor que isso só pijama. Se estivesse frio, tenho blusas dentro da mala e uma dentro da mochila que levaria comigo dentro do avião, está cheia de besteiras caso sentisse fome. Sim, pensei em tudo. Desci e meu pai colocava as malas no carro. Olhei para casa de Zayn, e estava tudo fechado.. estranho. Trisha costuma acordar cedo para arrumar a casa. Trancamos a casa e fomos. Faltava uma hora pro voo, mas o aeroporto é longe e temos que fazer o check-in. Fomos conversando animadamente sobre a viagem o caminho todo.
Tiramos as malas, as despachamos e fizemos o check-in. Agora vem a pior parte, despedida.

--Já chorando, mãe? -sorri fraco.
Amy: Vou sentir saudades. -me esmagou em um abraço.
--Eu também, mamãe.

Me separei dela e olhei meu pai que estava segurando para não chorar também.

--Pai.

Nos abraçamos e não me aguentei, chorei junto a ele.

-Última chamada, destino a Nova Iorque.

O desespero da Amy nessa hora foi total. Eu e Jeremy rimos bastante, mas tive que embarcar.
Peguei minha mochila e fui para um corredor que daria direto no avião. Antes me virei e dei um tchau com a mão. 

--Cadeira 23A. -falei comigo mesma.

Fui olhando as cadeiras, eram de duas em cada acento.

--Achei! Não é a da janela? Ah.

Estava com aqueles biquinhos de criança quando quer chorar, sou infantil, sei disso.

-Caterine?